Torresmo e Caipirinha #3 – Valente (Brave)

Saudações do seu amado e querido, sensual e sedutor, lindo e charmoso Servente Vermelho. Só para quebrar o hábito e contrariar o sistema, hoje, quem vos fala sou eu mesmo. Assim como o Barman Verde, não tenho ido muito ao cinema, a última vez tendo sido no início desta Translação Solar, de número 2012 desde a vinda de Cristo à terra dos pecadores amém. E como foi bom sentir o cheiro de pipoca novamente, sentar naquela poltrona macia mais uma vez. A paranoia, sim, a paranoia; doce veneno. Sem nenhum tostão no bolso, seu humilde servente pegou o busão 275 e rumou para o cinema mais próximo, em um shopping a 5km de sua residência. Contando o dinheiro que sobrou, comprou uma meia-entrada, uma porção pequena de pipoca (com manteiga, porque é de graça) e um copo igualmente pequeno de Coca. Minha mamãe me acompanhou nessa épica aventura. É. Mas, enfim, depois de muita correria, cheguei 5 minutos atrasado à primeira sessão do dia.

Fazia tempos que eu não assistia um filme da Disney, muito menos da Pixar. Fiquei interessado no filme, primeiramente, por causa da trilha sonora (que baixei, ahn, ilegalmente na In… ter… net…). O que não faltam nas canções que adornam a nova animação da Disney Pixar foram as nossas ilustres gaitas de fole, flautas e tambores (alguns Bodhráns, se eu não me engano). Em certas músicas, houveram participações especiais, dentre as quais quero destacar a banda “Mumfords & Sons”. Recomendo-a fortemente para quem curte um estilo mais acústico de música.

Eu sou uma pessoa que apresenta uma certa resistência contra assistir filmes destinados a crianças. Mas a magia, a beleza inserida no filme – que mostrou-se uma verdadeira obra de arte – quebrou essa barreira. Por isso, crianças, nunca julguem um livro pela capa. “Valente” é uma verdadeira lição de amor fraterno entre uma mãe e sua filha rebelde até o último fio de sua louca cabeleira ruiva. A câmera passeia pelos campos, montanhas e vales escoceses. A magia e o mistério se ocultam em cada árvore do enevoado bosque, em cada lenda contada na estória do filme.

O enredo se trata da princesa Merida, filha do forte rei Fergus e da sábia e rigorosa rainha Elinor, que, para manter uma longa tradição, tem que se casar. O primogênito de cada um dos três clãs que formam o reino são apresentados a ela, a fim de que um deles seja escolhido por Merida para ser o futuro rei. MAAAAAAS! Como toda filha adolescente e rebelde, Merida se recusa a seguir a tradição; não quer se casar por querer manter viva a sua liberdade. Quer usar seu arco e flecha, manejar livremente sua espada e vestir-se como bem entender. O que não agrada muito a rainha Elinor. Claro, o rei Fergus não liga muito para como sua filha age, mas que acaba baixando a cabeça para sua esposa (hehe).

Depois de um bate-boca tenso entre mãe e filha, a ruiva foge de casa (um viva aos clichês) e acaba se encontrando com uma estranha “carpinteira”, que na verdade é uma bruxa. Merida pede a essa bruxa um encanto que possa mudar sua mãe, para que ela a entendesse e talz. Mas, digamos que as coisas não vão como planejadas. Bem, vou ter que parar por aqui. Malditos spoilers.

O filme apela bastante ao público pré-adolescente, ascendendo para o lado feminino. Merida é a típica garota durona e independente; como o próprio título sugere, a ruivinha é bem valente, tem personalidade e foge bem do estereótipo Disney de protagonista. O trailer é bem interessante e… “forte”, não sei bem como explicar isso. Um tipo de trailer que realmente dá aquela emoção e aquela vontade de ir lá assistir o filme. Aquela simples frase, naquele momento chave, com aquela música, AQUELA MÚSICA!

“Merida: Quero minha liberdade!

Elinor: Mas, filha está disposta a pagar o preço pela sua liberdade?”

E no final, então?

“Merida: Se você tivesse a chance de mudar o seu destino, você o mudaria?”

E o trailer acaba. E, de quebra, no pôster promocional do filme, há AQUELA FRASE: “Change your fate.” (“Mude seu destino”).

O filme, apesar de seus clichês, é bom, e engraçado até o fim. A única grande crítica que eu tenho mesmo foi uma certa estaticidade, na minha humilde opinião. “Valente” alcança e toca os corações dos adultos, adolescentes e crianças; um filme que recomendo para todos!

Extras: Tá, como eu disse, eu fui no cine com a minha querida mommy. O que torna o filme infinitamente mais tocante. O final é simplesmente tocante. Seja pela escolha das palavras naquela situação específica, se você acompanhou o filme com os seus sentimentos todos (ui), com certeza vai sentir o que eu senti.

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