O Jukebox #1: Mumford and Sons

E aê, pessoal! Quem fala aqui é o seu Servente preferido; e venho trazer-lhes ainda mais uma coluna, mas desta vez, sobre música. Porque todos os sites bem-culturado falam sobre música. Só passando o conceito rápido d’O Jukebox: Aqui, postaremos sobre RECOMENDAÇÕES de música. Não quero ver ninguém sibilando palavras de baixo calão ao amiguinho só porque ele (não) gosta de Justin Bieber ou Metallica. Sejamos justos e ajamos como gente grande, sim? O primeiro Jukebox será sobre uma banda que EU achei interessante. Caso tenham recomendações, por favor, digam-nos! Estaremos mais que dispostos a ouví-los!

Enfim, vamos à banda. Mumford and Sons é uma banda inglesa de Folk Rock recente, formada por 4 caras em Londres, 2007, inspirando-se no folk (durr), rock (hurr), country e bluegrass. Todos os membros da banda tocam uma variedade de instrumentos, tornando-a bem diversa e dinâmica. Marcus Mumford é o vocalista, toca o violão, faz a percussão e às vezes toca um bandolim (um tipo de alaúde, um cavaquinho pré-histórico). Ben Lovett faz o vocal de apoio, toca o teclado, o acordeão e faz a percussão. Winston Marshall faz vocal de apoio também, toca o característico banjo (que dá aquele quê de Mumford and Sons às músicas), o violão e a guitarra ressonadora (eu também não sabia o que baratas era uma guitarra ressonadora). E por último, mas não menos importante, Ted Dwane, que também faz o vocal de apoio, toca o contrabaixo (em vez do baixo elétrico), faz percussão e também toca violão. E cada um toca como se tivessem nascido para tocar seu devido instrumento.

Com apenas dois albuns lançados até agora, Sigh No More (2009) e Babel (2012), a banda indie é até que bem sucedida para um espaço tão curto de tempo. Claro, Mumford and Sons não é um desses mega-hits de Verão que ouvimos o tempo todo nas rádios até vomitarmos a letra por acidente em nossas rotinas.

Que atire a primeira pedra quem não pensou no quão “hipster” essa imagem é.

Sigh No More, o primeiro album do grupo foi lançado em 2009 no Reino Unido e na Irlanda e em 2010 nos EUA. O album “apenas” alcançou a primeira colocação na Irlanda, Austrália e Nova Zelândia e alcançou a segunda posição no UK Album Chart e no Billboard 200. Ainda, a segunda trilha do album, The Cave, foi indicada para o Grammy 2012 nas categorias “Recorde do Ano”, “Canção do Ano”, “Melhor Performance de Rock” e “Melhor Canção de Rock”.

E que atire a segunda pedra quem não pensou que isso é também é “hipster”.

Babel, o segundo grande album da banda foi lançado em 2012 e foi indicado para o Grammy deste ano, com as músicas Babel e I Will Wait.

Além de sua ascensão nas rádios do mundo afora, a banda também deixou sua marquinha na mídia visual, como podemos perceber na música Learn Me Right, do filme “Valente”, com a cantora Birdy, que também fez sucesso ao contribuir com sua voz na trilha sonora de “Jogos Vorazes”. Nota: Vale lembrar que Learn Me Right está presente em Babel, mas com o nome Not With Haste.

Entretanto, a música ainda sofre com o seu ritmo pouco agitado e sua escolha de instrumentos, passando-se por “chata”, “entediante” e “calminha demais”. Acredite, no fundo, bem no (ui) fundinho, poucas canções são calminhas. O grande encanto da banda é a torrente de emoções que lavam e arrastam o ouvinte com elas. Poucos cantores cantam com a mesma paixão e emoção que Marcus (que, por acaso, tem uma voz poderosíssima).

A banda toca com muita emoção e dedicação. Todos os quatro sincronizam-se perfeitamente entre si; e a principal característica de Mumford and Sons é o crescendo, a técnica de, aos poucos, aumentar a intensidade da música. Sigh No More [a trilha] é um grande exemplo. Confesso que, quando comprei o album, só conhecia uma música, e juro que pulei a Sigh No More na primeira vez que ouvi o album. Mas escutá-la inteira foi uma surpresa, e até hoje, é uma das minhas favoritas do primeiro album. Segue abaixo a dita cuja (e pra quem tiver preguiça, pule para o 45º segundo do primeiro minuto):

Recentemente, eu baixei o album Babel, e fiquei impressionado; poucas foram as músicas que eu não gostei. E, mesmo assim, achei todas muito boas. Basicamente, Babel é quase um livro, só que seus capítulos são faixas. Passamos pelos altos e baixos da vida pessoal de Marcus, desde momentos em que ele literalmente solta a franga, passando pelo seu ódio destruidor de arco-íris e sua felicidade romântica que logo vai ser destruída e fazer o ciclo de sentimentos Mumfordiano começar de novo.

Outro ponto pelo qual eu gostei da banda, foi a letra, que não foi apenas cuspida e escarrada no papel, mas toda planejada, com direito a aliterações, menções, símbolos e assonâncias. Se quiser estudar figuras de linguagem, filho(a) você encontrou a banda certa.

E agora, para o ponto mais polêmico do post. Não, não falaremos de seus mamilos, caro leitor, mas dos instrumentos usados. Quando eu disse “percussão”, eu quis dizer bumbo e pandeirola. Na maioria das músicas, a percussão se resume ao bumbo e à pandeirola, e mais nada. Bem folk, realmente. Em certas canções, como Winter Winds e Holland Road, você está lá na sua cadeira, pensando “Poxa, esse Servente tosco aê, falou que as músicas do Mumford and Sons tem esses instrumentos diferentes e talz, mas não ouvi nada além do banjo e-“, e você é surpreendido por fucking trompetes. Trompetes! E pra quem assistiu aos vídeos, pôde perceber que esse tal Marcus Mumford não só canta, mas toca o violão; e não só canta e toca violão, mas também toca o bumbo. Coordenação fucking ninja motora.

Última nota, algumas músicas fazem abundantes referências à Bíblia. Se os quatro caras estivessem no meio de um campo e decidissem ajoelhar e rezar, eles cantariam Below My Feet. Essa música parece ter sido escrita como um pedido a Deus para que Ele realmente mantesse o chão sob os pés deles, mesmo depois de tantos problemas e infortúnios. Ainda, técnicamente falando, essa trilha chega a ser inovadora para os estilo da banda, porque é a primeira que apresenta um decrescendo, ou seja, o ritmo diminui a partir de um certo ponto, para depois voltar ao ritmo de sempre.

Portanto, pra você que quer dar uma escapadinha do seu mundo estressante, sente-se. Respire. E dê uma escutadinha em Mumford and Sons!