A Estante #02 – Ciclo a Herança! “Eragon” (2002), “Eldest” (2005), “Brisingr” (2008)

Boooooooooníssimo dia, tarde, noite ou éon, meu caro Pubiano! Aqui quem vos fala é o Barman mais verde do universo: eu! E o porque da animação toda, você pergunta? Simples! Chegou o dia de escrever de uma das minhas séries preferidas de livros, a antiga “Trilogia da Herança”, que passou a cer o “Ciclo a Herança”!

Isso mesmo meus caros, hoje trataremos da história de Eragon Matador de Espectros e seu dragão, Saphira Escamas Brilhantes, as crias do habilíssimo e precoce escritor Christopher Paolini que, hoje com 28 anos, começou a escrever essa peça da mitologia moderna aos 15 (isso mesmo meus caros, QUINZE) anos de idade.

Esse post, esteja avisado conterá inúmeros spoilers, já que seu querido Barman resolveu fazer uma review desses três livros de uma só vez. “Mas qual seria a ocasião de tão importante post, Barman?” vocês perguntariam. Ora ora, meus caros, a ocasião é o lançamento do último livro dessa série, chamado “Herança” (“Inhiretance”, no original, de 2011), lançado no Brasil na última bienal, onde tive a honra de, ao lado de meus parceiros de Pub, comprar essa peça de uma das séries que mais me  marcou e construiu.

A análise funcionará de maneira diferente hoje. Eu não posso deixar de enxergar nessa saga uma série de referências a… TUDO. Desde sagas mitológicas anteriores até blockbusters e até animes. Logo, essa análise será por referências! Sem mais delongas, meus caros, a Trilogia da Herança!

A capa do primeiro livro da saga

Star Wars Episódio VI – Uma Nova Esperança

Se formos nos ater ao enredo apenas do primeiro livro, ignorando suas viradas no melhor estilo novela mexicana mais a frente, esse momento é profundamente parecido com o primeiro isso mesmo, primeiro. Ameaça Fantasma é o ca***** filme da saga Star Wars. Recapitulemos!

Luke é um órfão que vive com o tio fazendeiro em um planeta distante, atrasado e marginalizado. Não sabe muito dos pais, foi abandonado ainda um bebê e não conhece nada que não aquela pequena vida: arar a terra, plantar, colher e esperar a próxima temporada.
Eragon também.

Porém a vida de Luke é alterada quando dois robôs aparecem e o convencem a ir conversar com o ancião excêntrico e eremita da região, que mais tarde se revela ser membro de uma antiga ordem que mantinha a ordem mas foi traída por um membro especialmente poderoso, que Luke mais tarde descobre ser seu pai, de quem herdara uma espada com características especiais.
Eragon… Também (troque robôs por um dragão e bum!)

Ao retornar da visita ao ancião, Luke encontra a fazenda incendiada e seu tio morto, o que, apesar dos pesares, o deixa livre para ir atrás de seu propósito: se unir aos rebeldes e derrubar o Imperador, enquanto viaja com o ancião e começa seu treinamento.
Eragon também.

Luke perde seu mestre e, durante uma batalha, tem uma visão que o aconselha a ir para o sistema de Dagobah, isolado e de selvas intransponíveis, aprender com um outro mestre, um fugitivo do império mais ortodoxo em seus métodos.
Eragon… Acho que vocês já entenderam, certo?

O Senhor dos Anéis

Como todo livro fantástico pós-Tolkien, esse também presta seu tributo ao mestre dos mestres: os Ra’zac.

De fato, o estranho sobre-humano sem rosto cuja mera presença causa medo até na mais brava das almas é uma figura recorrente na mitologia clássica, mas cabem a Tolkien os louros por trazê-la à mitologia contemporânea com seus Nazgûl, os Espectros do Anel. Depois dele, a maioria das obras que tange mitologia e tenta inovar traz algo similar: os dementadores de Rowling, os Espectros de Philip Pullman (“A Bússola de Ouro”) e os Ra’zac de Eragon.

A novidade é: em Eragon esses seres ganham face, genealogia e um estudo biológico completo.

Seu coro é duro, negro e brilhante como a carapaça de um besouro, eles possuem um pequeno bico ao invés de uma boca e olhos grandes e vermelhos em um rosto, no mais, vazio, geralmente coberto por um véu. Sua força e resistência são superiores às dos homens, seu bafo pode paralisar a metros de distância e o medo causado por sua presença é incomparável.

Ele também possuem, em outra referência a Tolkien, montarias aladas, os Lethrbaka, que (bomba!) aqui são seus pais. Após um longo período em seu casulo móvel em forma de humano, o Ra’zac o rompe e ressurge, como uma bela borboleta letal e putrefata, como seus pais foram. Lindo, não?

Um Nazgûl em sua montaria alada, a inspiração dos Ra’zac

 

O segundo livro: Eldest

Dragon Ball Z

Pois é, pois é, pois é, meu caro. Quando parte para Dagobah… Digo, Ellésmera para iniciar seu treinamento com Oromis e Glaedr, o último dos Cavaleiros de Dragão vivo e seu dragão, respectivamente, Eragon aprende uma técnica… Curiosa.

Após ter dominado a percepção de formas de vida de qualquer tipo próximas de si e suas intenções, bem como sua energia vital, Oromis ensina o Cavaleiro em treinamento a usar a energia desses seres ao seu redor… Assim como Kaiô-sama ensina Goku a criar a sua já famigerada Genki-Dama, ou como o Mestre Batráquio ensinou o Senjutsu a Naruto… Pois é.

O detalhe aqui é: um pouco de descontrole e toda a energia vital da pessoa é sugada por Eragon, matando-a instantaneamente. Fazer o que, né? É o ciclo sem fiiiiiiiiiiiiiiiim!”

“Pessoas da Terra, me passem sua energia!”
Quanta gentileza Goku! Eragon já a teria tomado a força…

Karatê Kid

Essa… Essa é bem duvidosa, talvez nem exista e seja tudo da cabeça de seu Barman, mas… O treinamento de Oromis, idoso e experiente, muitas vezes frustra Eragon, jovem e impaciente, ou parece a ele sem propósito algum.

Quando Eragon tenta, ainda que da maneira mais polida possível, mostrar sua impaciência e dizer que já entendeu a lição, Oromis se enfurece e responde com uma boa surra… De didática, meus caros, e prova o erro do aprendiz em se impacientar.

“Não não, jovem gafanhoto! Passa a cera e tira a cera!”

O dragão de Oromis, Glaedr, na capa de Brisingr, o livro que deveria, e eu repito, deveria ter encerrado a Trilogia da Herança

O Resgate do Soldado Ryan

Talvez esse também seja coisa da minha cabeça, mas… Eragon, o homem que pode salvar o Império de um governador opressivo ficar pra trás no território inimigo, sem proteção alguma, apenas para salvar Sloan, um homem que talvez nem mereça tal tratamento muito me lembra da saga de John H. Miller (Tom Hanks) e seus homens separados da linha de batalha para vagar sozinhos correndo rico de vida constante em busca de James Francis Ryan (Matt Damon), um homem que nem conhecem e talvez nem mereça o esforço…

Kill Bill

Isso mesmo! Uma das mais belas obras do mestre Quentin Tarantino encontra eco em um livro de mitologia fantástica (se é que isso não é um pleonasmo)!

Quando Eragon perde sua espada, Zar’roc (“Desgraça”, em élfico) e tenta usar uma espada comum, percebe que espada nenhuma serviria para alguém com a destreza e força de um Cavaleiro de Dragão, logo que pode volta à Ellésmera para conversar com Rhunon, a mais destra das ferreiras (e ferreiros!) élficos, que fazia as espadas de todos os cavaleiros, inclusive Zar’roc, e pedir uma nova espada.

Rhunon, porém, assim como Hattori Hanzo, o primeiro mestre de Beatrix Kiddo e artesão de sua espada em “Kill Bill” (2003), fez, após a ascensão do rei (ou de Bill), de cuja espada ela era a artesã, um juramento de nunca mais fazer algo que mate alguém.

Mas é claro que, assim como Beatrix, com um pouquinho de conversa sobre dever, Eragon convenceu Rhunon a fazer sua espada, Brisingr (“fogo”, em élfico), que foi a primeira palavra em élfico que ele disse, e que também nomeia o livro.

Alguns devem estar pensando “Mas e o filme do Eragon? Não vai falar dele?” E a resposta é: não. E nunca mais levante tal desgraça sob o teto desse boteco, que aqui é um Pub de família! Não falei e jamais falarei de tal atrocidade e vergonha, tanto para o livro, como para as adaptações para o cinema como para qualquer filme. Não. Nada disso. Não enquanto eu trabalhar aqui.

Bem… é isso. Podem esperar uma análise, dessa vez convencional, em um futuro próximo, do quarto livro da série, que começarei a ler na semana que entra! E caso recebamos muitos pedidos, posso também fazer análises convencionais de cada um dos livros, separadamente.

Como se diz na internet: desculpem pelo post longo. Não deixem de curtir nossa página no face e de nos compartilhar, tanto no face como com amigos, inimigos e antepassados! Um beijinho lascivo no cólon ascendente de cada um de vocês e até a próxima!
“E que as estrelas zelem por vocês e suas espadas permaneçam afiadas”

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