Um rápido pronunciamento no Dia D

Boníssimos dia, tarde, noite ou éon, meus caros pubianos! Aqui quem vos fala é seu (quase) sempre ativo Barman Verde, que como uma infecção sempre retorna quando você menos espera e… Não? Ok…

Venho nesse post curto, em segundo lugar (mas em primeiro na estrutura do artigo) pedir desculpas pela atual inatividade do Pub e pedir um pouco de compreensão, já que semana de ENEM não perdoa ninguém… Aliás, façamos um bolão: o que vai dar errado na prova esse ano??? Responda nos comentários!

Mas agora o primeiro motivo desse post: a celebração do Dia D. “Tô ligado Barman, o desembarque na Normandia… Mas isso não foi em junho?”

Foi! Mas falo de outro Dia D: A celebração de 110 anos do nascimento de Carlos
Drummond de Andrade (31/10/1902 – 17/08/1987), simplesmente o maior poeta brasileiro, que, como todas as pessoas boas do mundo, se foi cedo, apesar dos 85 anos de idade. Pessoas como ele não deveriam ter prazo de validade…

 

Bem, esse post é menos meu do que dele. Tudo o que faço é transcrever meu poema preferido desse monstro sagrado da literatura luso-brasileira e de língua portuguesa como um todo. Para quem também gostar de ouvir poemas recitados, segue um vídeo dele recitado por Paulo Autran.

Desde já uma boa noite, não deixem de espalhar entre seus amigos, inimigos, conhecidos e desconhecidos a felicidade do Dia D, de Drummond e da poesia em qualquer dia do ano, que arte nunca é demais!

E mais! Não deixem de responder nos comentários, além de qual será o problema desse ENEM, qual o seu poema preferido de Drummond???

Um beijo na panturrilha direita e até a próxima!

Morte do Leiteiro

Carlos Drummond de Andrade

A Cyro Novaes

Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morados na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.

E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro…
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.

Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.

Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.

Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue… não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

A vida de um engenheiro no Team Fortress 2

Olá, caros Pubianos! Vim aqui postar uma das frisadas que me ocorreu enquanto jogava Team Fortress 2. Estava eu, de Engineer, quando me deu uma singela vontade de escrever poesia. Então, com lápis e papel (e alguns backstabs) venho lhes mostrar minha nova criação:

A Vida de um Engenheiro

Engenheiro é minha profissão,
e eu construo várias poesias.
Meu distribuidor de munição
e minha sentry trazem alegrias.

Quando ela atinge nível três,
pode vir Médico com Pesado.
Ela vai surpreender vocês,
mostrando ser meu bem amado.

Porém, enquanto eu poetizo,
com o espião atento estou.
Um descuido, e tudo acabou.

Às vezes, tudo isso é preciso
para proteger a inteligência:
O mais doce fruto da ciência.

By: Garçom Azul