Elementar, meus caros Pubianos

Olá, caros Pubianos! Quem fala aqui é o seu lindo e cheiroso Servente Vermelho. Primeiramente, venho agradecer pela grande atenção a qual nos foi cedida cordialmente por um conhecido do Pub. Sintam-se todos à vontade; temos bastante mesas e cadeiras a todos. Ache um canto, sente-se. Aprecie a música e nossas conversas e discussões desinteressantes.

Bem, pelo título, já dá para se ter uma noção de sobre o quê este post é. Sim, queridos e amados Pubianos! O mestre, a lenda, o mito… Sherlock Holmes! É bem improvável que haja algum’alma que não tenha ouvido falar do mais famoso detetive de todos os tempos. Mas, se não ouviu, chegue mais, pegue um banquinho e atente seus ouvidos, criança.

Sherlock é, antes de tudo, um personagem fictício, obra da brilhante mente do médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle. Apareceu primeiramente em 1887, em “Um Estudo em Vermelho” (“A Study in Scarlet”). Sempre egocêntrico, resolveu muitos casos por meio dos truques de macaco velho de Descartes, o Método Científico (que foi posteriormente melhorado pelo igualmente velho Darwin, mas quem liga), e o Método Dedutivo; sempre deixando a Scotland Yard chupando o dedo e fazendo-os parecer um bando de bebês de fralda. Suas aventuras sempre foram “narradas” por seu “Don Quixote”, seu “José Fernandes”, nosso carismático Dr. John Hamish Watson. Amigo e companheiro fiel de Holmes, um personagem igualmente interessante.

O motivo pelo qual estou aqui hoje, sentado neste modesto banquinho de madeira, neste Pub mal iluminado, falando e divagando indeterminadamente sobre este grande personagem é justamente pelo lançamento do segundo filme da série Sherlock, por Guy Ritchie, “Sherlock Holmes: Jogo de Sombras” e a série dirigida pela BBC, “Sherlock”. Bem, eu não cheguei a assistir a série em si, mas só achei que deveria mencioná-la, já que quem interpreta Watson é ninguém nada mais e nada menos que Martin Freeman, o mesmo Martin Freeman que atuará na adaptação de “O Hobbit”. É. Então, este post se inclinará mais à direção dos filmes e da série original. Mas não fiquem tristes, aqui vai uma imagem da série:

Bem, agora vamos falar um pouco dos filmes, sim?

Dirigido por Guy Ritchie, o primeiro filme, “Sherlock Holmes” (2009) foi bem recebido pela crítica, tendo sido o vencedor de um Globo de Ouro de melhor ator. O filme tem altas doses de ação, coisa que eu nunca imaginei ter na série original. Se bem que o detetive era um exímio lutador e praticante de artes marciais (numa técnica chamada “Baritsu”, uma espécie de luta com bastões). Um filme interessantíssimo, a alquimia perfeita entre o mistério, a ação e o humor. As aventuras do excêntrico detetive e seu fiel escudeiro trazem à vida a Londres de 1891 e a famosa Baker Street, onde, na residência de número 221B os dois passaram um tempo de suas vidas juntos. O enredo gira em torno dos crimes cometidos do Lorde Blackwood, que, após condenado à forca, simplesmente volta à vida. Várias outras coisas acontecem ao longo da estória, como a volta da misteriosa Irene Adler, uma mulher que cumpre um papel chave nos dois filmes.

Já o segundo filme, “Sherlock Holmes: Jogo de Sombras” (“Sherlock Holmes: A Game of Shadows”, 2011), trás de volta nossos dois carismáticos ingleses a mais uma aventura, envolvendo o infame Professor Moriarty, que deseja apenas iniciar uma guerra mundial (que modesto). Mas, como Irene disse, Moriarty é tão infalível quanto o próprio Sherlock, e mais perigoso do que o mesmo. Com a ajuda da cigana Simzá, eles tentam de tudo para impedir o verdadeiro “Senhor das Armas” no qual o tiozão se tornou. E o final é… delirantemente polêmico; ainda assim, genial. É de deixar as pessoas boquiabertas mesmo.

Agora, vamos falar um pouco dos personagens. Sherlock é interpretado no filme pelo ator americano Robert Downey Jr. Sim, um ator americano interpretando um personagem genuinamente britânico. Todavia, passados alguns minutos do primeiro filme, você jura de pé junto que o cara é o próprio Sherlock. Analizando os estras da minha linda edição em Blu-ray do filme, Guy Ritchie disse que, em muitas cenas de ação, não foi necessário um dublê, já que Robert estava em excelente forma física (ui). Algumas falas foram improvisadas, dando um ar mais natural ao personagem.

Na ficção, Holmes é um cara de hábitos peculiares. No filme, aparece bebendo um trilhão de substâncias aleatórias (uma delas sendo um treco usado em cirurgias oculares), chegou a ficar confinado em seu escritório (que, no segundo filme, virou uma verdadeira selva) por duas semanas, atirou na parede da casa, enchia o saco todas as vezes que toca violino às três da madruga e vivia “matando” Gladstone, o cão de estimação de Watson. Ah, sem contar o seu gênero ciumento, que vem à tona quando Mary Morstan, noiva de seu colega, é o assunto da conversa.

Watson, interpretado pelo galã de cinema Jude Law, é o cara encarregado da porrada. O cara era soldado, serviu na guerra no Afeganistão, até que foi ferido gravemente em conflito e se afastou do campo de batalha, para se formar em medicina e tornar-se doutor; e ajudante de Sherlock. É como se fosse um irmão mais velho do estranho detetive, sempre com uma mão na consciência… E a outra tentando manter seu amigo longe do perigo. O ex-soldado sempre foi visto como o “gordinho ingênuo puxa-saco do Holmes”. Mas tudo muda no filme, mostrando quem é que manda.

Os dois são ótimos amigos. Ótimos demais, levando alguns fãs da série, geralmente garotas, a acharem que a amizade não é “apenas” uma amizade. Se bem que há algumas cenas realmente, ahn, “interessantes” que nos levam a pensar de tal maneira, que sempre dão aquele humor especial. Heterossexuais ou não, esses dois ainda botam pra quebrar juntos.

Seu servente fortemente sugere que assistam o filme, mesmo quem não conheça as lendas da Baker Street 211B. Eu pessoalmente achava que o filme seria estático, mas promete horas de tensão, camaradagem, humor, ação, cenas em câmera lenta e aquelas sacadas inteligentes que te faz sentir na pele e na mente do próprio Sherlock.

E, já que leu até o final, fique com alguns extras, por conta da casa:

E os trailers, claro:

(By the way, a célebre frase “Elementar, meu caro Watson.” não foi mencionada em nenhum lugar da obra original. A frase foi dita em uma adaptação
para teatro, hurr hurr).